Por Nitro, 7 de novembro de 2022
O potássio (K) é o segundo macronutriente com maior teor contido nas plantas e representa o segundo elemento mais consumido como fertilizante pela agricultura brasileira, antecedido apenas pelo fósforo. A soja, por exemplo, exporta cerca de 20 kg de potássio por tonelada de grãos produzidos. Este elemento é absorvido pelas plantas na forma do íon K+ e apresenta funções como abertura e fechamento de estômatos, equilíbrio eletrolítico, sendo o principal cátion utilizado para controlar o potencial osmótico das células, ativador enzimático e auxilia no transporte de fotoassimilados. Não possui função estrutural, pois não forma compostos na planta, permanecendo na forma iônica. Com isso, o potássio não fica incorporado às cadeias carbônicas dos restos culturais e após a colheita ou senescência das plantas ele volta rapidamente ao solo em forma disponível para as culturas (RAIJ, 2011).
A adubação potássica pode ser realizada no sulco de semeadura, a lanço em pré-semeadura e parcelada (BORKERT et al. 2005). A aplicação a lanço em pré-plantio é recomendada para solos de textura argilosa, com teores altos ou médios de K (teores acima de 1,5 mmolc dm-3 ou 0,15 cmolc dm-3) (OLIVEIRA et al. 2008).
O principal fertilizante potássico utilizado é o cloreto de potássio (KCl), o qual confere elevado efeito salino ocasionado pela maior tendência em aumentar a pressão osmótica da solução do solo, intensificando o risco de “queima” da semente ou raiz da planta (ROBERTS, 2005). A aplicação de potássio na forma de KCl, no sulco de semeadura não deve ultrapassar doses de 50 kg ha-1 de K2O visando diminuir os riscos do efeito salino (OLIVEIRA et al. 2008). Fancelli (2002), observou o desenvolvimento das raízes de plantas de milho, em função da aplicação de doses de KCl (Figura 2).O potássio é um nutriente móvel no solo e o KCl um fertilizante de alta solubilidade (Neves, et al., 2009), essas duas características favorecem sua aplicação parcelada. A divisão das doses de potássio ao longo do desenvolvimento da cultura é indicada em detrimento do efeito salino causado pelo KCl e por ser lixiviado principalmente em solos arenosos (LANA et al., 2002). Em solos de Cerrado, a lixiviação de K é de aproximadamente 40%.
Sabino et al. (1984), em experimentos conduzidos em diferentes localidades do estado de São Paulo, observou que o parcelamento da adubação potássica aumentou significativamente a uniformidade de comprimento das fibras e, de modo geral, contribui para melhora dos valores médios de todas as outras características avaliadas (produtividade e demais aspectos agronômicos e tecnológicos).
Em estudo realizado no município Mucugê – BA, em Latossolo Amarelo, obteve-se maior produtividade de tubérculos de batata quando realizado o parcelamento das doses de nitrogênio e potássio (50% da dose aplicada no plantio e 50% na tuberização) em comparação com fornecimento total dos fertilizantes no plantio (CARDOSO et al., 2007).
O parcelamento das doses de potássio visa otimizar a aplicação e a atender à necessidade nutricional das culturas, mas deve-se avaliar as condições de cultivo e as características físicas e químicas do solo para a optar pela prática.
Referências bibliográficas
BORKERT, C. M.; SFREDO, G. J.; DA SILVA, D. N. Calibração de potássio trocável para soja em Latossolo Roxo distrófico. Revista brasileira de ciência do solo, v. 17, n. 2, p. 223-226, 1993.
CARDOSO, A. D. et al. Produtividade e qualidade de tubérculos de batata em função de doses e parcelamentos de nitrogênio e potássio. Ciênc. agrotec., Lavras, v. 31, n. 6, p. 1729-1736, nov./dez., 2007.
FANCELLI, A. L. Tecnologia de produção de milho: adubação. São Paulo: Aldeia Norte, 2002. 42 p. (Curso de Atualização a Distância, modulo, 3).
LANA, R. M. Q. et al. Resposta da soja a doses e modos de aplicacaoo de potassio em solo de cerrado. Bioscience Journal, v. 18, n. 2, 2002.
MIELNICKZUK, J. Avaliação da resposta das culturas ao potássio em ensaios de longa duração: Experiências brasileiras. In: YAMADA, T.; MUZZILLI, O. & USHERWOOD, N.R., eds. Potássio na agricultura brasileira. Piracicaba, Instituto da Potassa e Fosfato, 1982. p.289-303.
OLIVEIRA, F. A.; CASTRO, C.; SFREDO, G. J.; KLEPKER, D.; OLIVEIRA JUNIOR, A. Fertilidade do solo e nutrição mineral da soja. Londrina: Embrapa Soja, 2008. (Embrapa Soja. Circular técnica, 62)
ROBERTS, T. L. Potássio na agricultura brasileira. Piracicaba, Potafos, 2005.
RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e manejo de nutrientes. International Plant Nutrition Institute, 2011.
SABINO, J. C. et al. Efeito do parcelamento da adubação potássica nas características agronômicas e propriedades tecnológicas da fibra de algodoeiro. Bragantia, Campinas, 43 (1) 221-228, 1984.
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