Foto: Joao Vitor Carvalho RTV
Por Nitro, 1 de novembro de 2022
Segundo Christofoletti (1997), a eficiência da tecnologia de aplicação é determinada pela adequada colocação e distribuição do produto fitossanitário no alvo. Conforme Chaim, Valarini e Pio (2000), as perdas na pulverização podem chegar em até 70% e para que isto não ocorra, diferentes técnicas podem ser utilizadas, tais como o uso de adjuvantes. Estes produtos não possuem ação fitossanitária, são apenas adicionados no momento do preparo da calda, afim de auxiliar ou modificar a eficiência de algum agroquímico, ou as propriedades físicas da mistura do tanque de pulverização.
Ao utilizar adjuvantes surfactantes por exemplo, pode-se aumentar a porcentagem de gotas que atingem o terço médio e inferior das culturas, bem como obter maior espalhamento e absorção da gota pela epiderme da folha, devido a diminuição do tamanho da mesma. Porém, é preciso cautela neste tipo de aplicação, pois gotas de menor diâmetro possuem maior taxa de evaporação e facilidade em sofrer deriva, quando comparado as que não possuem óleos vegetais como adjuvantes por exemplo, que devido à sua maior viscosidade e tensão superficial, produz gotas com maior diâmetro e consequente menor risco de deriva (Christofolleti, 1999).
Os adjuvantes denominados espalhantes, possuem a característica de reduzir a tensão superficial das gotas pulverizadas, pois diminuem o ângulo existente entre gota e o local de sua deposição, o que aumenta a superfície de contato da calda com o alvo biológico, melhorando consequentemente a cobertura deste (AZEVEDO, 2001).
Alguns compostos nitrogenados, como a ureia e o nitrato, podem ser adicionados na calda de pulverização como aditivos, pelo fato de aumentar a eficiência de alguns herbicidas, como o glifosato. Isso se deve ao fato de que as plantas são mais suscetíveis à ação de herbicidas quando estão fisiologicamente ativas (KISSMANN, 1997). A adição destes compostos fornecem nitrogênio o nitrogênio necessário para a ativação momentânea da sua fisiologia, aumentando a eficiência dos herbicidas devido ao efeito sinérgico existente entre ambos.
Outra característica importante em adjuvantes, é o fato de algumas moléculas serem compatíveis com moléculas de diferentes polaridades, papel desempenhado pelos emulsificantes. Segundo Vidal e Fleck (2007), o ingrediente ativo para ser absorvido, deve vencer três barreiras na planta: a cutícula, a parede celular e o plasmalema. A cutícula por sua vez, em sua camada mais externa é composta por uma cera apolar e hidrofóbica, ao passo que seu interior é constituído de celulose, de natureza polar e hidrofílica. Então, devido a tal característica anfifílica da molécula, há maior penetração por parte do ingrediente ativo nos vasos condutores da planta.
Os diversos produtos existentes têm de ser corretamente combinados e não serem feitos de forma aleatória e indiscriminada, pois isto pode acarretar na queda do desempenho ou não trazer benefício algum para aplicação.
Portanto, deve-se conhecer a natureza de cada aditivo adicionado à calda de pulverização, para que se aumente a eficiência da utilização dos produtos fitossanitários, obtendo desde ganhos operacionais pela diminuição de volume de calda, até a diminuição de perdas pela deriva e consequentemente ganho em termos da sustentabilidade da produção.
Referências bibliográficas
CHRISTOFOLETTI, J. C. Considerações sobre tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas. Diadema, SP: Spraying Systems do Brasil Ltda, 1997
CHRISTOFOLETTI, J. C. Considerações sobre a deriva nas pulverizações agrícolas e seu controle. São Paulo: Teejet South América, 1999. 15 p.
CHAIM, A.; VALARINI, P. J.; PIO, L. C. Avaliação de perdas na pulverização de agrotóxicos na cultura do feijão. Pesticidas: Revista de Ecotoxicologia e Meio Ambiente, Curitiba, v. 10, p. 13-22, 2000.
KISSMANN, K. G. Adjuvantes para caldas de produtos agrotóxicos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS, 21., 1997, Caxambu. Palestras e mesas redondas… Viçosa: Sociedade Brasileira da Ciência das Plantas Daninhas, 1997. p. 61-77.
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