Por Nathalia, 8 de novembro de 2022
O Brasil está a cada ano mais próximo de se consolidar como o maior produtor de grãos do planeta. Dentre os grãos produzidos, o principal é a soja, que ocupou nesta safra de 2016/2017, 33,9 milhões de hectares, aproximadamente 56% da área plantada de grãos do país e é responsável por 48,6% da produção de grãos nacional. (CONAB, 2017).
No entanto a produtividade média brasileira nesta mesma safra de acordo com a mesma fonte foi de 3.362 kg/ha, enquanto há produtores que passam da marca dos 8.000 kg/ha. (CESB, 2017). Para alcançar altas produtividades é imprescindível saber quais manejos adotar e quando adotá-los. Para decidir quando realizar manejos como adubações e aplicações é importante que o produtor esteja familiarizado com a fenologia da cultura.
A fenologia vegetal basicamente se resume em analisar alterações morfológicas das plantas ao longo de seu desenvolvimento e relacioná-las com o momento fisiológico ao qual se encontram associadas as necessidades do vegetal. (CÂMARA, 1998).
Segundo o mesmo autor, o ciclo fenológico da soja é dividido em duas etapas, vegetativa (V) e reprodutiva (R), e dentro das etapas dividido em estádios, iniciados com o VE, que define a emergência da plântula no momento em que os cotilédones estão acima da superfície do solo. Os cotilédones, que são órgãos de reserva, são também os primeiros a realizar fotossíntese na plântula e são os principais responsáveis pela nutrição da planta nas primeiras semanas após a emergência, portanto é de extrema importância mantê-los protegidos contra pragas e doenças.
Subsequente à emergência, um par de folhas opostas e unifolioladas é emitido. Quando os bordos de cada unifólio deixam de se tocar a planta é considerada em VC. Neste estádio os nódulos das bactérias do gênero Bradyrhizobium começam a se formar. A partir da emissão deste par de folhas, a soja passa a formar apenas folhas trifolioladas inseridas alternadamente no caule e ramos.
Em V1 o par de folhas unifolioladas é considerado completamente desenvolvido, ou seja, os bordos dos folíolos das folhas de cima não estão mais se tocando.
A partir do estádio V1, os estádio subsequentes denominados de V2, V3. V4, Vn, são definidos quando a segunda, terceira, quarta e enésima folha está completamente desenvolvida.
Entre os estádios V2 e V4 os cotilédones amarelecem e caem devido ao esgotamento das reservas e neste momento o acúmulo de matéria seca e de nutrientes na parte aérea da planta é acelerado, justificando estratégias de manejo como adubação foliar de cobalto e molibdênio para auxiliar a fixação biológica de nitrogênio, além da adubação de cobertura com potássio e controle químico em pós emergência de plantas daninhas.
Até os estádios de V5 e V6, a planta expande um trifólio a cada cinco ou seis dias, a partir destes estádios o tempo é reduzido para de três a quatro dias e a lavoura torna-se mais atrativa à insetos desfolhadores como lagartas, requerendo medidas como amostragens frequentes com pano de batida. O estádio Vn varia em função do cultivar e época de semeadura, sendo n o número final de folhas até o florescimento.
O florescimento é caracterizado pela abertura da primeira flor em qualquer nó da haste principal (R1). Este estádio pode ocorrer no mesmo dia do estádio R2, que define florescimento pleno devido à abertura de diversas flores na haste principal. Neste momento ocorre o primeiro pico de nodulação.
O R3 define o início da frutificação, com vagens menores que 1,5 cm no terço superior da haste principal, passando para R4 no momento em que a maioria das vagens do terço superior da haste principal possuírem de 2 a 4 cm de comprimento.
O estádio R5 determina o enchimento de grãos e é subdividido em R5.1, R5.2, R5.3, R5.4 e R5.5, que definem a porcentagem de enchimento dos grãos máxima, sendo esta respectivamente 0 a 10%, 11 a 25%, 26 a 50%, 51 a 75% e 76 a 100%. Devido a um pico fotossintético nos estádios de R4 e R5.1 há um segundo pico de nodulação e fixação biológica em R5.3.
O enchimento de grãos é concluído no estádio R6, quando a maioria das vagens do terço superior possuírem grãos cheios ou completos.
A partir de R7 começa a ser definida a maturação da cultura, sendo R7.1 até 50% de folhas e vagens amarelas, R7.2 de 51 a 75% e R7.3 de 76 a 100%.
Os estádios R8.1 e R8.2 definem a porcentagem de desfolha natural, de 0 a 50% e 51 a 100% respectivamente, finalizando os estádios fenológicos com a maturidade em campo no R9.
Referências bibliográficas
CÂMARA, G. M. (1998). Soja: tecnologia da produção. Piracicaba, SP, Brasil: ESALQ/Departamento de Agricultura.
CESB. (2017). Comitê Estratégico Soja Brasil.
Fonte: CESB: http://www.cesbrasil.org.br/
CONAB. (Julho de 2017). Acompanhamento da Safra Brasileira Grãos.
Fonte: CONAB Companhia Nacional de Abastecimento: http://www.conab.gov.br/
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