Foto: Joao Vitor Carvalho RTV
Por Nitro, 1 de novembro de 2022
Durante as aplicações de defensivos químicos infelizmente nem todas as gotas que são expelidas pelo pulverizador atingem o alvo, tal perda é denominada de deriva. Esta, pode ser classificada de duas principais maneiras: endoderiva, quando a gota não atinge o alvo, mas se mantém dentro da área da cultura; e a exoderiva, na qual a gota atinge um alvo fora da lavoura – muito comum a ocorrência desta quando são aplicados produtos voláteis, como o 2,4-D, por exemplo.
Há uma série de fatores que contribuem para a ocorrência de deriva. Estes são: tamanho da gota, velocidade do vento, temperatura e umidade do ar, volume de aplicação, formulação utilizada, a presença ou não de orvalho, dentre outros.
Se tratando de fatores climáticos, para que haja uma redução na deriva, recomenda-se que aplicação seja feita quando o vendo estiver com velocidade superior a dois quilômetros por hora – para que não ocorra perdas por inversões térmicas – e inferior a 10 quilômetros por hora, visto que ventos fortes podem deslocar as gotas para fora do alvo.
Baixa umidade relativa do ar e temperatura ambiente acima de 25 0C são condições propícias à deriva por volatilização, havendo a recomendação de não realizar aplicações com umidades abaixo de 60% e temperaturas acima de 30 0C. Quando está sendo realizada a aplicação de algum produto com elevada pressão de vapor, deve-se optar por condições de baixa temperatura e elevada umidade relativa do ar.
O volume da aplicação e o tamanho da gota também são fatores de grande importância, visto que baixos volumes de aplicação tendem a ser realizados com gotas de menor diâmetro e estas são mais propícias à volatilização, havendo, portanto, o conhecimento de que gotas com diâmetro menor do que 100μm contribuem com a deriva. Porém, deve-se tomar cuidado com gotas de diâmetro maior de 400 μm, uma vez que estas tendem a gerar perda de produto pelo escorrimento nas folhas.
Quando é realizada aplicação aérea com ultrabaixo volume de calda – cerca de 5 litros por hectare- ou aplicação terrestre de herbicidas pré-emergentes, a presença de orvalho não interfere na qualidade da mesma. Porém, quando são realizadas aplicações terrestres foliares, o orvalho pode contribuir com o escorrimento do produto, e a consequente perda do mesmo.
Sendo assim, pode-se dizer que a deriva se trata de um assunto complexo, que depende de uma série de fatores, tanto climáticos quanto de regulagem do pulverizador, havendo uma regulagem específica para cada condição climática. Além dos fatores citados acima, existem também produtos antideriva que atuam de diferentes formas, como por exemplo aumentando o tamanho da gota ou recobrindo-a com uma película para ocorra diminuição na deriva por evaporação.
Referências bibliográficas
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CHRISTOFOLETTI, J. C. Considerações sobre a deriva nas pulverizações agrícolas e seu controle. São Paulo: Teejet South América, 1999. 15 p.
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