Por Nathalia, 2 de janeiro de 2023
A soja apresenta grande relevância no panorama nacional e mundial, sendo uma planta rica em proteínas vegetais, comumente utilizada na agroindústria para produção de óleo e rações animais, além de produtos químicos e alimentação humana.
Sua importância decorre do fato da soja em grãos ser uma commodity de importância para a exportação brasileira. Na safra anterior, 2021/22, a cultura atingiu o número de 95.877,4 milhões de toneladas exportadas. São estes números elevados que, desde 2020, consolidaram o Brasil como maior exportador e produtor de soja do mundo.
A cultura ganha destaque ao analisar seu avanço através de várias fronteiras agrícolas, sendo cultivada atualmente em todo país. Todavia, outro fator de relevância é o seu aumento em produtividade quando analisado toda sua trajetória no país. No ano de 1968, eram produzidos cerca de 906 kg ha-1 de grãos de soja. Entretanto, ao final da década de 90, este valor atingiu a produtividade de 2.370 kg ha-1. E, na última safra, chegou a 3.552 kg ha-1, tendo um aumento de cerca de 2.646 kg ha-1 em um período de 54 anos.
O avanço da soja está fortemente associado ao investimento em estudos relacionados à fertilidade, pragas, doenças, ao desenvolvimento científico e tecnológico para o setor. A mecanização dos tratos culturais contribui para a padronização destes, e torna o processo produtivo mais eficiente. Outro fator que influencia no aumento da produtividade são os cuidados com o plantio e a época de semeadura, visto que esses manejos sofrem interferência de diversos fatores externos, como por exemplo, temperatura, umidade do solo, precipitação e fotoperíodo, além de ser de suma importância a utilização de sementes de qualidade.
A soja consegue se autopolinizar, desta forma seus grãos são capazes de germinar. Por isso, muitos produtores acabam por usar os seus grãos no plantio, todavia ele não tem os mesmos atributos de qualidade quando se compara com uma semente certificada, logo pode ocorrer uma diminuição do êxito da lavoura. Outro manejo relacionado a semente visando uma melhor produtividade, é o tratamento de sementes, comumente utilizado para protegê-la de patógenos, pragas, e fornecer nutrientes para o início da cultura. Sementes de soja: como garantir o vigor da sua lavoura?
Para uma semente ser considerada de alta qualidade e possuir um bom desempenho na lavoura é necessário que ela possua algumas características, que são: alto vigor, alta taxa de germinação e sanidade, além disso é importante que ela tenha pureza física e genética e não vir misturada com sementes de plantas daninhas (KRZYZANOWSKI et al., 2018).
Entretanto, diversos produtores não conhecem a importância do uso de sementes certificadas, e por consequência acabam utilizando “sementes salvas”, que consiste no uso da própria produção para a semear suas lavouras na próxima safra ou ainda o uso de “sementes piratas”, que equivale a compra de sementes de produtores não certificados e sem nenhuma garantia de procedência. Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), tem-se uma estimativa de que cerca de 30% das sementes utilizadas no território nacional é advinda de um mercado informal. As consequências do uso de sementes sem garantia, são diversos, e incluem: a eventual presença de sementes de plantas daninhas que serão semeadas junto ao lote, contaminação por patógenos e pragas, baixo vigor, baixa germinação que pode causar desuniformidade e falhas na lavoura, e caso o produtor apresente esses problemas ele não tem um órgão para relatar e questionar o produto (EMBRAPA, 2021).
Schuch et al. (2009) observaram um maior rendimento de grãos (25%), maior altura e diâmetro em plantas de soja oriundas de sementes com bom vigor fisiológico, ou seja índice maior que 80%, quando comparadas a plantas com baixo vigor. Kolchinski et al. (2005) e Carneiro et al. (2020) também constataram 30% a mais de rendimento de grãos em um tratamento constituído por sementes de alto vigor quando comparado a um tratamento com sementes de baixo vigor vegetativo. O incremento do vigor de sementes, ao longo dos anos, auxiliou em uma diminuição na população de plantas. Uma vez que, na década de 80, eram comuns lavouras com 400 mil plantas ha-1 e, hoje, temos lavouras com populações menores que 230 mil plantas ha-1 (EMBRAPA, 2010). Ferrazza et al. (2020) observaram em condições controladas que sementes de soja com alto vigor não demonstraram resposta ao tratamento de sementes com Co e Mo em suas plântulas. No entanto, sementes com baixo vigor responderam positivamente, apresentando plântulas com maior comprimento radicular. Siga para o próximo tópico para entender melhor este processo essencial no cultivo de soja.
O êxito na produção de sementes e no estabelecimento da lavoura estão associados a diferentes práticas culturais, iniciando-se pelo uso de sementes que possuam uma qualidade boa. Conjuntamente, surgiram avanços em estudos sobre a utilização do tratamento de sementes (CUNHA et al., 2015).
O tratamento de sementes de soja consiste em uma prática que visa melhorar a qualidade sanitária das sementes e nutricional da lavoura, por meio das aplicações de produtos químicos e minerais como fungicidas, inseticidas, estimulantes e micronutrientes. Estes cuidados podem auxiliar em uma melhor emergência da plântula na lavoura e diminuição da propagação de patógenos que são comumente disseminados por sementes, como por exemplo, antracnose (Colletotrichum truncatum), mancha parda (Septoria glycines) e cancro da haste (Diaporthe phaseolorum f. sp. Meridionalis) (EMBRAPA, 1998; EMBRAPA, 2005).
A aplicação de fungicidas é uma importante medida preventiva de doenças e pragas, sendo que no momento do tratamento, é importante que os defensivos sejam empregados primeiramente, para certificar que os produtos tenham uma boa aderência e um cobrimento uniforme da semente (GOULART, 2022). Mesmo se houver a aplicação de grafite, utilizado para melhorar o escoamento da semente na caixa semeadora, este deverá ser aplicado às sementes após o defensivo. No caso de uso de micronutrientes, a aplicação deverá ser feita de forma conjunta com o fungicida.
Outra aplicação que está ganhando espaço no mercado é a utilização de bioestimulantes, compostos por hormônios vegetais ou sintéticos, visando incrementar a produção. Estes produtos constituem o grupo conhecidos como hormônios vegetais, e sua atuação se baseia nas mudanças fisiológicas dos órgãos vegetais, favorecendo o crescimento (CASTRO et al., 2008). Como é sabido, a cultura da soja realiza a fixação biológica de nitrogênio (N), devido à ligação das bactérias diazotróficas ao sistema radicular das plantas, formando nódulos. Todavia, para que este processo seja eficiente, é necessário a disponibilidade dos micronutrientes: cobalto (Co), molibdênio (Mo), e níquel (Ni) dentro dos nódulos. Por isso, uma forma eficiente de fornecimento de tais micronutrientes é por meio do tratamento de sementes, capaz de aumentar a produção devido a otimização da fixação (MANFRO, 2020).
Segundo Câmara (1991), a época de plantio da soja é uma das práticas primordiais para um bom desempenho da cultura. Uma vez que está relacionada com diversos aspectos ambientais que possuem interações entre si e com a planta. Em relação a cultura da soja, os fatores mais influentes são os meteorológicos, ou seja, a temperatura, as precipitações, o fotoperíodo e, também, a umidade do solo no momento da semeadura. Diante disso, a época de plantio é uma escolha importante, visto que ela determinará a exposição das plantas a estes diferentes fatores e, por conseguinte, terá efeito direto no porte, rendimento e ciclo da cultura.
A soja, como supracitado, é uma cultura sensível ao fotoperíodo, ou seja, ela é uma planta que responde às horas de luz que recebe, sendo que ela floresce quando as horas de luz são menores ao seu fotoperíodo crítico, sendo considerada uma planta de dia curto. Por sua vez, a adaptabilidade da cultivar varia entre uma região e outra do país, sendo que nas áreas mais próximas ao Equador a amplitude deste fotoperíodo é menor (FARIAS et al., 2007).
Primeiramente, para que haja a germinação da semente e emergência das plântulas é essencial que o solo tenha uma boa umidade para embebição das sementes. Logo, é necessário que a semeadura ocorra em épocas do ano em que a água armazenada no solo seja suficiente para o desenvolvimento inicial da cultura. Durante a fase vegetativa, a planta deve estar exposta a níveis adequados de radiação solar, temperatura e umidade. E, para a fase reprodutiva da cultura, é necessário que, além da radiação solar, haja precipitações bem distribuídas durante os estádios (SILVA e AGUILA, 2020).
Tendo em consideração tais fatores, a faixa recomendável para a semeadura da cultura varia entre outubro e dezembro, conforme as condições climáticas da região e cultivar (NAKAGAWA et al.,1983 apud PEIXOTO et al., 2000). A época de plantio pode ter uma influência direta no desempenho da lavoura. O plantio realizado logo no início do período indicado, pode apresentar problemas na emergência das plântulas, devido a falta de água ou baixa temperatura do solo semeado. Além disso, as plantas tendem a apresentar um porte menor e uma duração do ciclo maior, aumentando a possiblidade de haver precipitações no momento da colheita. Também há as semeaduras realizadas no final do período, e podem apresentar maiores problemas com doenças, como por exemplo a ferrugem asiática, e com pragas, como percevejos. Estes problemas fitossanitários podem causar perda de produtividade e qualidade do produto colhido (EMBRAPA, 2020).
Para um bom desempenho da lavoura é de suma importância os cuidados com o plantio. Começando pelo plantio na época certa, para que a cultura tenha as condições necessárias para se desenvolver, como temperatura, umidade e fotoperíodo indicado, visto que a soja responde fortemente as horas de luz exposta.
Além disso o uso de sementes de qualidade também influencia no desenvolvimento e uniformidade da lavoura. Recomenda-se a compra de sementes certificadas, para que haja garantia de pureza física, varietal, e que tenha altas taxas de vigor e germinação. E por fim, uma técnica comumente utilizada pelos produtores é o tratamento de sementes, capaz de melhor a qualidade fitossanitária das sementes, além de poder fornecer nutrientes para auxiliar no desenvolvimento das plantas. Essas práticas integradas podem garantir maior sucesso e produtividade das lavouras brasileiras.
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