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Por Nitro, 18 de outubro de 2022
O molibdênio (Mo) e o cobalto (Co) são dois micronutrientes indispensáveis na cultura da soja, principalmente por suas atuações na fixação biológica do nitrogênio (FBN).
O molibdênio (Mo) e o cobalto (Co) são dois micronutrientes indispensáveis na cultura da soja, principalmente por suas atuações na fixação biológica do nitrogênio (FBN). O molibdênio é componente de pelo menos cinco enzimas responsáveis por catalisar diversas reações em processos de transferência eletrônica (NICHOLAS, 1975), a saber: nitrogenase, redutase do nitrato, oxidase da xantina, oxidase de aldeído e oxidase do sulfato. Além de também ser constituinte da molibdato-ferro-proteína (Mo-Fe-Proteína), participando como aceptor de elétrons na nitrogenase, sendo que ao final do processo o elétron será doado para o N2 para formação de NH3 (BURRIS, 1999; TAIZ & ZEIGER, 2004). Sendo assim, indispensável ao metabolismo do nitrogênio nas plantas.
Quanto ao Co, é considerado essencial pelo menos para as leguminosas, devido ao seu efeito sobre o Rhizobium (MALAVOLTA, 2006). Participando da vitamina B12, necessária para biossíntese de leg-hemoglobina (MALAVOLTA, 2006), substância responsável por evitar a oxidação dos nódulos. (SOMASEGARAN & HOBEN, 1994; MENGEL & KIRKBY, 2001).
Co e Mo são os dois micronutrientes tradicionalmente aplicados no tratamento de sementes (TS) na cultura da soja, principalmente pelas baixas doses recomendadas dos mesmos, sendo de 12 a 25 g ha-1 de Mo e 1 a 3 g ha-1 de Co (SFREDO, 2010). As principais fontes de Mo são o molibdato de amônio [(NH4)2MoO4 com 48% Mo e PS=40] e o molibdato de sódio (Na2MoO4.2H2O com 39% Mo e PS=56), enquanto que de cobalto é o sulfato de cobalto (CoSO4 com 21% Co) (VITTI & TREVISAM, 2000).
É importante ressaltar que no tratamento de sementes a inoculação deve ser a última etapa, depois dos inseticidas/fungicidas e outros produtos como as fontes de Co e Mo.
Por conta da sua principal forma no solo ser o molibdato (MoO4-), a disponibilidade de molibdênio aumenta com a realização de práticas corretivas como a calagem (MALAVOLTA, 2006). LANTMANN et al. (1989) observaram que a resposta à utilização de molibdênio na soja está intimamente ligado ao pH do solo, com maiores respostas em solo com pH baixo. MARCONDES & CAIRES (2005) comprovaram isso na utilização de CoMo no tratamento de sementes, onde não obteve-se respostas em solo corrigido, provocando reduções de mais de 5% na produtividade da soja em doses de Co acima de 3,4 g ha-1. DOURADO NETO et al. (2012) obteve maior número de nódulos e incremento na produção de grãos de até 240 kg ha-1 em soja com a aplicação de Co e Mo no tratamento de sementes e/ou em V4. GOLO et al. (2009) obtiveram resultados positivos na qualidade fisiológica do grão e produtividade da soja na aplicação de CoMo via foliar e no TS apenas quando realizou-se a inoculação, reduzindo, no entanto, a qualidade fisiológica quando essa não foi realizada.
Portanto, o fornecimento de cobalto e molibdênio pode ser feito tanto no tratamento de sementes como por via foliar, sendo essa prática indispensável para a obtenção de altas produtividades na cultura da soja, devido a importância desses nutrientes na fixação biológica do N2 atmosférico e no metabolismo do nitrogênio na planta.
Referências bibliográficas:
BURRIS, R.H. Advances in biological nitrogen fixation. Journal of Industrial of Microbiology & Biotecnology, v. 22, p.381-393, 1999.
DOURADO NETO, D.;DARIO, G.J.A.;MARTIN, N.T.;DA SILVA, M.R.; PAVINATO, P.S.;HABITZREITER, T.L.; Adubação mineral com cobalto e molibdênio na cultura da soja. Lodrina: Universidade Estadual de Londrina. Semina: CIÊNCIAS AGRÁRIAS, vol. 33, Nº 1, p. 2741-2751, 2012.
LANTMANN, A.F.; SFREDO, G.J.; BORKERT, C.M.; OLIVEIRA, M.C.N. Resposta da soja a molibdênio em diferentes níveis de pH do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.13, n.1, p.45-49, 1989.
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição mineral de plantas. São Paulo: EDITORA AGRONÔMICA CERES, p 638, 2006.
MARCONDES, J.A.P.; CAIRES, E.F. Aplicação de molibdênio e cobalto na semente para cultivo de soja. Bragantia, Campinas, v.64, n.4, p.687-694, 2005.
MENGEL, K.; KIRKBY, E.A. Principles of plant nutrition. 5 ed. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2001. 849p.
NICHOLAS, D.J.D. The functions of trace elements in plants. Londres: TRACE ELEMENTS IN SOIL, p 181-198, 1975.
SFREDO, G. J. Soja: molibdênio e cobalto. Documentos – ISSN 2176-2937; 322. Londrina: EMBRAPA SOJA, 2010.
SOMASEGARAN, P.; HOBEN, H.J. Handbook for Rhizobia: Methods in Legume-Rhizobium Technology. New York: Springer-Verlag, 1994. 450p
TAÍZ, L.; ZIEGER, E. Fisiologia vegetal. Trad. SANTARÉM, E.R. et al., 3° ed., Porto Alegre: Artemed, 2004, p.719.
VITTI, G.C.; TREVISAN, W. Manejo de macro e micronutrientes para alta produtividade da soja. Piracicaba: INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº90 – Junho, 2000.
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