Por Nitro, 22 de novembro de 2022
Nematoides são vermes que habitam os mais variados ambientes, desde oceanos, solo, interior de animais e até mesmo corpos humanos. Apesar de algumas variações terem papéis importantes na biodiversidade, estes organismos também estão entre os maiores vilões do agronegócio.
Para te ajudar a evitar sofrer com infestação de nematoides, hoje apresentamos nesse artigo um guia geral com os principais conhecimentos que você precisa ter sobre eles. Acompanhe!
Na verdade, existem dois grupos de nematoides. O primeiro, conhecido como nematoides de vida livre, se alimenta de fungos, bactérias e matéria orgânica em decomposição, sendo de grande importância na ciclagem de nutrientes e equilíbrio da biodiversidade do solo.
Já o segundo é conhecido como nematoides parasitas de plantas, ou fitonematoides. Eles também habitam o solo, porém causam uma série de malefícios à cultura, impactando diretamente na produtividade.
Dificilmente visíveis a olho nu, em sua fase adulta os nematoides podem ter diferentes tamanhos, mas sempre possuem um formato filiforme (semelhante a um fio) em ao menos uma fase do seu desenvolvimento.
Além disso, todos os fitonematoides possuem uma característica em comum, que é a presença do estilete, uma estrutura especializada, utilizada para perfurar e se alimentar do conteúdo celular do tecido vegetal.
Para distinguir visualmente espécies de nematoides, é preciso de um microscópio para observar suas estruturas características, entretanto, há outra forma de identificação. Como os danos que elas causam às plantas são diferentes, basta observar os resultados para ter uma noção de quem foi o autor.
Diferentes gêneros e espécies de nematoides podem causar diferentes tipos de danos às culturas. Um dos sintomas mais conhecidos é o surgimento de galhas nas raízes, tipicamente causadas pelos nematoides de galha do gênero Meloidogyne, como podemos ver na seuinte imagem:
Externamente, isso se reflete em plantas menores, às vezes amarelecidas, mais sensíveis à falta de água e nutrientes, além de menor capacidade produtiva.
Com inúmeros relatos, não é possível dizer qual é a mais comum, entretanto, algumas espécies ocorrem com maior frequência em mais de um hospedeiro e, portanto, serão destacadas aqui.
São considerados os nematoides mais perigosos para a agricultura mundial e conhecidos pelas galhas radiculares, que mais parecem tubérculos nas raízes das mais diversas culturas.
A galha é formada pela alteração no tamanho e na multiplicação das células das raízes próximas de onde o nematoide se alimenta, devido à injeção de um complexo de substâncias pelo parasita.
Basicamente, o infectante na fase juvenil adentra a raiz, seleciona um grupo de células onde se fixa e se torna sedentário. Esse conjunto de células irá nutri-lo até que ele complete o seu ciclo de vida.
Esses nematoides são altamente distribuídos no país, principalmente na região central. O Pratylenchus brachyurus pode ser encontrado em mais de 40% das áreas de soja, e o P. zeae em até 95% das áreas canavieiras.
A faixa de hospedeiros de P. brachyurus é bastante variada, causando sérios danos a culturas como soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, feijão, sorgo, café etc. Por outro lado, o P. zeae é um pouco mais seletivo, se alimentando apenas de plantas do grupo das poaceas, como milho, cana-de-açúcar e braquiárias.
Diferentemente dos nematoides de galha, o Pratylenchus não tem um grupo de células fixas das quais se alimenta na raiz.
Essa espécie afeta principalmente a cultura da banana. Tanto o Pratylenchus quanto o Radopholus são nematoides conhecidos por serem migradores, ou seja, se movimentam ao longo das raízes, destruindo as células por onde passam.
As lesões resultam na redução do volume de raízes no solo, fazendo com que as plantas sejam menos tolerantes a estresses como veranicos, além de se tornarem mais propensas ao tombamento.
É um dos principais, se não, o maior problema da soja atualmente. Como o próprio nome diz, essa espécie é caracterizada pela formação de cistos.
Estes são formados pela da morte da fêmea do nematoide assim que se desprende da raiz. Ao morrer, a cutícula da fêmea passa por um processo de quitinização, tornando-se rígida o suficiente para proteger e manter os ovos viáveis em seu interior por até 8 anos no solo.
A formação do cisto é o que dificulta o manejo da espécie na cultura da soja, visto que mesmo com rotação de culturas, ele ainda sobreviverá no solo até que a soja volte a ser cultivada.
Períodos chuvosos tendem a favorecer maiores índices populacionais, por isso, esse período é o mais indicado para se fazer a amostragem. É importante evitar coletas com o solo muito seco ou encharcado, sendo o ideal a coleta com o solo em capacidade de campo.
O primeiro passo para se realizar uma boa amostragem é planejar os pontos de coleta antes mesmo de ir ao campo. As áreas podem ser divididas e talhões homogêneos, a começar pelos que apresentam menores índices produtivos ou maior presença de reboleiras.
A quantidade de amostras também varia de acordo com a cultura e as dimensões do talhão, mas em geral, recomenda-se ao menos uma subamostra por hectare. Em caso de reboleiras, deve-se coletar amostras, não apenas no centro, mas também nas margens e fora da mancha.
Finalizada a coleta, as amostras devem ser encaminhadas o mais breve possível ao laboratório. Se for preciso, pode-se armazena-las na geladeira, tomando cuidado para que não congelem.
Agora você já sabe quais são as principais variações e os principais danos que cada tipo de nematoide pode causar à sua fazenda. Se surgir qualquer dúvida extra ou se precisar de ajudar para combater uma infestação, basta entrar em contato que um dos nossos especialistas vai te ajudar.
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